Confesso, quando soube que seria ele, não fiquei
nem um pouquinho feliz. Fiz cara de desaprovação e desdém total, uma maldade,
eu sei, afinal, eu acredito que todo ser vivo é filho de Deus e merece nosso
respeito. Acontece que ele veio todo fora do planejado, era macho e pra
apartamento seria péssimo, uma vez que, macho adora sair marcando território e
era a última raça (pequena) que cogitaríamos por conta das muitas más
experiências com Shih tzus que conhecemos de outras pessoas. Quando começou a
aparecer a possibilidade de termos um cachorro, a princípio, as únicas
exigências que tínhamos era que fosse uma raça pequena, por conta de morarmos
em apartamento e que fosse fêmea, pelo mesmo motivo.
Sem planejar, ficamos sabendo que a Yorkshire de
uma conhecida ia ter filhotinhos e que eles iam ser doados. Na mesma hora me
animei e perguntei, caso viesse uma fêmea, se ela poderia ser da gente,
pergunta pra qual prontamente obtive resposta positiva. Acontece que houve uma
complicação no parto e de todos os filhotinhos restou apenas um, macho. Caso
queira saber, a nossa conhecida acabou entregando o machinho pra mãe dela que
resolveu criá-lo.
Pesquisando vários canis, fomos até um onde praticamente
todos os filhotinhos já estavam reservados à alguém, restavam apenas um
Buldogue Francês e alguns Shih tzus, entre eles, uma fêmea. Já estava tudo
certo, mamãe ia levar a pequenininha mesmo sendo de uma raça que não nos trazia
boas lembranças, a pressa e vontade de ter um cachorrinho eram maiores que a
lógica. Por ela, nós a levaríamos naquela noite mesmo, só que tínhamos (e
iríamos) que esperar mais 15 dias até que fosse concluído o desmame. Aconteceu
então que, uns dias depois, por desvio de percurso, fomos a um pet shop comprar
alguns brinquedinhos pro cachorrinho que minha irmã havia comprado há uns dois
dias (ela quase levou um do mesmo canil que fomos junto com o marido dela e
mamãe, só que diferente de nós, ela não se comprometeu de levar algum). Na
vitrine, 4 filhotinhos de Shih tzu estavam amontoados meio que dormindo, meio
que atentos à movimentação diferente. Aí já viu, né? Um tal de querer pegar no
colo pra fazer carinho e pronto! Quando fui ver, ali mesmo, sem aviso prévio,
mamãe decidiu que levaria um e, pra minha surpresa maior, não bastava ser da
raça que eu não queria (e nem ela), ela ainda vai e pega o único macho no meio
dos 4! Socorro! Aí volta pro momento em que escrevi lá em cima, onde fiz cara
de desaprovação e desdém total. Nem sequer eu queria pegar o bichinho no colo e
na minha cabeça só passava que a gente ia se arrepender pela escolha, mas mamãe
não! Mamãe estava completamente decidida e eu não podia fazer nada. Já me
estressei ali mesmo com a escolha do nome enquanto o levaram para tomar um
banho antes de nos entregar. Estávamos em cinco e ninguém chegava a um acordo
com relação à identidade que daríamos a ele que, em registro (porque, né? O
cabrunquinho já veio com Pedigree) se chamava Bart Rio Bonito. Um nojo, eu sei.
Passados uns 20 minutos, desce a moça com ele de
bonezinho vermelho feito de biscuit amarrado na cabeça, e eu me prontifiquei de
segurá-lo. O que que aconteceu? Pronto! Me vi apaixonada e não pude fazer nada
contra isso. Levamos à veterinária que trabalha lá mesmo para uma avaliação e
explicações rápidas e ele, aquela bola de pêlo molenga, sorrateiramente já era
parte da família.
(Continua...)
Rachel
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